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Indígena de Colégio Estadual Sergipano pontua 920 na redação do Enem 2023

Indígena de Colégio Estadual Sergipano pontua 920 na redação do Enem 2023

Alícia Martins Firmino, 17, da Aldeia Xokó, está entre os mais de 150 alunos da rede estadual que pontuaram acima de 900 na redação do Enem
Fazer uma boa prova no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o sonho de todos os estudantes que desejam uma vaga no ensino superior. E quando o resultado é divulgado pelo Inep, como ocorreu na quinta-feira, 9, os candidatos não perdem tempo em ver a pontuação da redação, um dos principais pré-requisitos para se ter sucesso no processo seletivo.
Com Alícia Martins Firmino, 17, aluna do Colégio Indígena Dom José Brandão de Castro, não foi diferente. Residente na Aldeia Xokó, em Porto da Folha, no alto sertão sergipano, a indígena pontuou 920 na redação. “Eu meio que já esperava uma nota boa, só não esperava que seria nessa proporção”, disse.
Tendo o rio São Francisco no seu quintal, Alícia Martins disse que não deixou de interagir com a comunidade nem de participar dos momentos de lazer, mas que focou na conclusão do 3º ano do ensino médio na escola indígena da aldeia e no estudo à noite para o Enem.  “Meu dia a dia era bem corrido porque tinha a escola, mas quando chegava em casa eu tentava sempre estudar. Quando não era para redação, eu estava estudando para as outras matérias. Estudava sempre que dava. É tanto que fiquei focada realmente um mês antes do Enem. Estudava no máximo duas horas por dia, à noite”, disse.
Alícia Martins ainda não está decidida se cursará Psicologia ou Direito, mas uma coisa é certa: quer fazer um curso que ajude a comunidade dela a ter mais liberdade no pensar e agir. “O motivo pelo qual eu penso em fazer Psicologia na primeira opção é mais por algo pessoal. Meu intuito é ajudar ao máximo as pessoas a se libertarem dos problemas psicológicos”, esclarece.
Educação que transforma
Os indígenas Jadson Nilo Pereira dos Santos (médico residência no Sírio Libanês), Ana Beatriz Rosa Lima (cursista de Odontologia na Uninassau) e Renatha Freitas (cursista de Serviço Social na UFS) são alguns dos exemplos de que a educação transforma na Aldeia Xokó e muda a realidade dos indígenas mais novos.
Filhos de pais lavradores e pescadores, os jovens da aldeia têm na educação algo que modifica a realidade de vida e um caminho a seguir para transformar e ser transformado. Ao todo, oito alunos do Colégio Indígena Dom José Brandão de Castro fizeram as provas do Enem com esse pensamento.
A diretora Ângela Apolônio destaca que o sucesso de um aluno é o sucesso de todos. “As experiências exitosas se devem ao compromisso com a educação pública e com a responsabilidade pelo aprendizado dos nossos estudantes”, disse.
O Colégio Indígena Dom José Brandão de Castro tem uma matrícula de 85 alunos nas turmas dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do médio. Além das aulas convencionais, a escola oferece um projeto de iniciação científica com plantas medicinais.

Imprensa 24h

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