Pular para o conteúdo
Jornalista Gleice Queiroz responde à nota do Sintese

Jornalista Gleice Queiroz responde à nota do Sintese

Jornalista Gleice Queiroz responde à nota do Sintese

 

Pensei se caberia responder a um sindicato que me ensinou tanto sobre o poder de comunicar, mas na mesma proporção que me ensinou a comunicar, também me ensinou a não ficar calada.

Sergipe ostenta um dos piores índices de alfabetização do país. Quem diz isso são os órgãos oficiais. Trocando em miúdos: o número de estudantes que chegam ao quinto ano, sem saber ler ou escrever, cora os céus sergipanos de vergonha.

Há muito, todos sabem, é um problema de gestão. Gestão é o que fazemos nas nossas casas. Temos objetivos. Temos metas. Temos entregas a fazer. Somos seres sociais. Portanto, se é um problema de gestão a quem serve a não gestão, ou a bagunça na gestão?

1) a elite política que, segundo Darcy Ribeiro, é ignara, descompromissada, estúpida. Analfabetismo dá voto. Mantém o povo no cabresto. Elege os familiares dos mesmos há décadas. Alguns há séculos.

2) a não gestão também serve a alguns sindicalistas cujos filhos, todos e todas, estudaram ou estudam nas escolas particulares, enquanto seus papais e mamães se refestelam nos quadros das organizações, longe do chão da escola, fazendo paralisação a bel prazer da escola já fragilizada, sendo contra a toda e qualquer política que avalie, forme, cobre ações e metas do aprendizado dos alunos e alunos, os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras. Ah, e se elegendo nos quadros políticos em nome da defesa dessa bagunça que só prejudica os pobres.

3) os presídios e os cemitérios devem estar cheios de jovens cuja escola os expulsou. Seja pela política educacional que nunca os acolheu, seja pela eterna briga por salário por parte da direção de algumas organizações. Como vocês dormem plenos e felizes, companheiros e companheiras? Ah, dormem sim. Seus filhos, não correram esse risco, né?

4) mas eu sou uma mulher de fé e acredito no desígnios divinos que nada será eterno. Nem esses políticos, nem essa política, nem esses dirigentes. Há 16 anos vocês tem noção quantas vezes, semanas, meses, anos, a escola pública sergipana parou para dar Ibope a x ou y, em nome do aumento do salário de professores? É uma conta a ser feita. Mas eis que, depois do prejuízo feito, depois de enterrarem Marcelo Déda, já combalido, Jackson, Belivaldo, agora a direção do Sintese se dá por satisfeita com Fábio Mitidieri.

Pediam 100% pra Doutores, vão ter 7,5% em 2024 e 7,5% em 2025. 6% pra graduação, dividido em duas vezes. E 9% pra mestrado, também dividido em duas vezes. Tudo com direito a fotos com o Governo Fábio Mitidieri que se brincar não sabe nem como se dá o Ideb; entrevistas, sorrisos e a ideia que estão vencedores.

Todos os governos acabaram com a carreira, mas Fabinho, Zezinho, Jorginho e Sarinha são os que recuperaram a carreira.

5) Sinto informar, quem perdeu décadas atrasando a escola pública foram os sergipanos. Os professores e professoras que dão suor e alma, nas salas de aula, fazendo das tripas coração, devem estar se perguntando nesse momento: foi para isso que lutamos tanto? E pior, vem aí a OS que contratará professores, sem concurso, para a rede estadual.

Enquanto isso: o Sintese discute os próximos candidatos aqui e acolá, a escola pública em depressão, sem rumo, sem projeto e sem objetivos e a classe política festejando nos camarotes do Pré-Caju.

Hora de fazer uma manifestação transformando a porta do palácio numa Faixa de Gaza depois cair na gandaia que ninguém é de ferro, né?

Enquanto isso, ostentamos um dos piores índices educacionais do país no quesito da alfabetização.

Eu estudo diariamente a educação básica do meu país, do meu estado para também pautar a opinião pública, pautar a imprensa e a classe política. Talvez a fúria de boa parte da cúpula do Sintese por mim venha daí.

Mas foi esse sindicato que me inspirou a ser ousada enquanto eu atuei como assessora de comunicação no Governo de Sergipe.

Eu tenho Unidade Básica de Saúde no meu bairro, eu tenho hospital público na minha cidade, mas eu sinto que eles pertencem a mim. Já a escola pública, eu não a tenho, eu sou a escola pública. E quem me deu legitimidade de escrever foi esse sentimento de ser e não de pertencer.

Que o professor(a) que não se beneficia com acordos as portas fechadas, seja no governo ou em diversos municípios, cobre transparência de um sindicato que arrecada milhões as custas de cada chão de uma escola que você pisa. Para que quando decidir se aposentar não precise ficar embaixo de tendas servindo só para compor cenário para mais uma cortina de fumaça.

Já dizia Martin Luther King: “chega um momento em que o silêncio é traição.”

Dias difíceis exigem posicionamento.

Gleice Queiroz – cria de escola pública

Reprodução autorizada mediante a divulgação da Fonte:https://imprensa24h.com.br

O Portal Imprensa 24h: Sua Fonte Essencial para Notícias de Aracaju e Sergipe

As Principais Notícias em Sergipe

Instagram

Facebook

Twitter