Ao entregar as chaves das primeiras 704 unidades habitacionais do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres, no bairro 17 de Março, a Prefeitura de Aracaju também garantiu às famílias, de maneira inédita na cidade, a escritura dos imóveis, documento que assegura aos moradores a posse da casa já no momento do recebimento das chaves do imóvel. O novo complexo habitacional, empreendimento que conta com 1.320 unidades, foi viabilizado com recursos do programa Pró-Moradia, do Governo Federal, e contrapartida municipal, em um investimento superior a R$ 124 milhões.
Para o secretário da Infraestrutura de Aracaju e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Sérgio Ferrari, essa iniciativa “é um grande gesto de cidadania para as pessoas, tirando-as de uma situação precária, dando uma casa adequada, e a escritura, a posse daquilo que está recebendo”, afirma.
“Estamos tendo a satisfação de entregar essas casas, abrangendo todas as famílias que viviam na ocupação que havia na comunidade Mangabeiras. É um conjunto que contém as casas com tamanho e estrutura adequadas para as pessoas, uma praça com a estátua de Santa Dulce, e futuramente terá uma creche. E além disso, o que é muito importante, pela primeira vez aqui em Aracaju estamos entregando a casa juntamente com a escritura”, destaca o gestor.
Após anos de uma vida difícil no que antes era a ocupação das Mangabeiras, centenas de famílias agora têm um novo lar para chamar de seu, alimentando a esperança de um futuro melhor. Com a escritura das suas casas, os novos moradores têm, além da segurança de um lugar para viver, o reconhecimento de seus direitos como cidadãos, como reconhece Leiliane Vitória dos Santos
Aos 22 anos, Leilane foi contemplada com a chave e a escritura da casa própria justo no dia do seu aniversário. “Foi muito emocionante e gratificante receber minha casa, só tenho a agradecer. Eu moro com meus dois filhos e, sinceramente, achei a casa muito melhor do que eu esperava. Não tem presente de aniversário melhor do que esse”, diz.
A antiga vida dos novos moradores do Residencial Mangabeiras era bastante insalubre, pois na localidade predominava a insegurança, havia muita lama, poeira e condições subumanas de habitação. Luziane Stefani dos Santos, de 27 anos, que trabalha em um restaurante, comemora a mudança de vida junto ao esposo e os três filhos.
“Hoje eu só tenho a agradecer, porque só Deus sabe a dificuldade que a gente passou até chegar aqui. Nós passamos por muitas dificuldades quando aqui [na antiga ocupação] era só barraco, a gente se arriscou bastante nesse lugar, com falta de segurança, com enchente, entre outras coisas. Gostei muito da nova casa, até chorei quando entrei”, declarou.
Sentimento semelhante ao da dona de casa Thalita Emilly Santos Rodrigues, de 24 anos, que morou na ocupação por cerca de quatro anos. “Quando eu recebi a chave da casa, minhas mãos tremiam e eu chorei de tanta emoção e alegria. Tirando os meus filhos, essa foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Daqui para frente tudo vai mudar, nós vamos poder construir o quarto dos meninos e toda a casa do jeito que a gente quiser, porque antes, na casa de aluguel ou mesmo na favela, a gente não podia nada disso. O apartamento está a coisa mais linda”, comemora.
Para a dona de casa Viviane dos Santos, de 46 anos, na ocupação as pessoas “viviam na lama”. Quando era tempo de sol, havia muita poeira, e em tempo de chuva, alagava tudo. Muitas pessoas chegaram a perder tudo. Era até perigoso viver ali. E agora o nosso sentimento é só de gratidão”, diz ela, que mora com duas filhas e o esposo.
Após a entrega das primeiras 704 unidades do residencial, a Emurb segue executando a construção das demais casas, as quais devem ser entregues já em novembro deste ano. Na Comunidade Mangabeiras, a Prefeitura de Aracaju também está construindo uma nova escola municipal de educação infantil para ampliar a oferta de vagas de creche e pré-escola às famílias da região.
