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Obesidade pode afetar até 41% da população em 2035

Obesidade pode afetar até 41% da população em 2035

OMS alerta: Uma em cada oito pessoas no mundo sofre de obesidade

A obesidade já é uma das doenças que mais afetam a população brasileira, podendo se alastrar ainda mais ao longo dos próximos 11 anos. Um estudo divulgado no ano passado pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation), aponta que o contingente de brasileiros obesos ou com sobrepeso terá um crescimento anual de 2,8%, podendo chegar a 41%¨da população adulta em 2035. Atualmente, de acordo com dados apurados em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 41,2 milhões de pessoas adultas estão obesas e outras 96 milhões apresentam excesso de peso. obesidade pode afetar até 41% da população em 2035

Relacionada com o código E66 na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a obesidade tem características de alterações metabólicas e inflamatórias, representando um grande fator de risco para o aparecimento e/ou agravamento de diabetes, hipertensão, tipos de câncer (neoplasias) e outras doenças cardiovasculares, metabólicas e inflamatórias. “A obesidade é uma doença crônica, do mesmo jeito que a gente fala de diabetes e de hipertensão, e extremamente comum, com uma frequência aumentando exponencialmente nos últimos anos, sendo considerada já uma grande pandemia”, frisa a endocrinologista Francielle Temer de Oliveira, supervisora do Internato de Clínica Médica e professora do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit).

Além destas doenças citadas, a obesidade pode contribuir para o agravamento de doenças respiratórias, como limitação para a dificuldade de expansão pulmonar, e doenças osteoarticulares, com a limitação da movimentação por lesões particulares, sobrecarga de peso e dores lombares, afetando áreas como coluna, joelhos e pés. O cansaço ou falta de ar ao exercer atividades leves e até funções diárias, como subir uma escada, é outro ponto de atenção. “Antes, esses pacientes podem ter a queixa de humor deprimido, de isolamento social, tudo associado à questão da obesidade e da apresentação física e, muitas vezes, do estigma traçado de que esse paciente não consegue emagrecer e, assim por diante, ele começa a ter dificuldade para poder se encaixar socialmente, como acontece com algumas pessoas”, acrescenta Francielle.

O tratamento contra a obesidade acaba muitas vezes prejudicado justamente pelo desconhecimento da maioria das pessoas em relação à doença e pelo estigma de “preguiça” ou “desleixo” que estas atribuem às pessoas com obesidade. “Houve muitos estigmas associados à obesidade durante os anos, talvez por muito desconhecimento mesmo em relação às bases de fisiopatologia da obesidade, que ainda tem muito para ser descoberto. Tem muita coisa que a gente ainda não entende em relação às diferenças metabólicas interpessoais, por exemplo, entre respostas diferentes aos tratamentos. E talvez todo esse desconhecimento tenha levado ao estigma de que ‘a pessoa é obesa porque ela quer’, ‘é obesa porque ela come’, ‘é obesa porque ela é preguiçosa’”, lamenta a professora.

Como é o tratamento?

A mudança de estilo de vida, com mais exercícios e uma alimentação mais saudável, são recomendadas para o tratamento da obesidade, mas apenas isso não basta. Os especialistas no assunto alertam para a necessidade de um atendimento multidisciplinar, envolvendo a participação de médicos, nutricionistas, educadores físicos, endocrinologistas, e até psicólogos. Essa necessidade ocorre por causa dos diversos fatores que envolvem a doença, incluindo transtornos de ansiedade e de compulsão alimentar.

“Esse paciente precisa do nutricionista para poder conseguir ter um acesso a um programa nutricional individualizado, o que ser feito adaptado ao perfil de cada paciente. A necessidade de um educador físico, para a prática de atividades físicas. Muitas vezes, ele vai precisar de acompanhamento psicológico e psiquiátrico no decorrer da doença, além do acompanhamento com o endocrinologista de pertinho, que vai ser o profissional mais adequado para poder tanto avaliar as comorbidades já apresentadas, as outras doenças, as outras complicações apresentadas pelo paciente, e assim dar o seu tratamento adequado”, detalha a professora da Unit.

Já a prevenção da obesidade se dá com o esclarecimento e a informação sobre a necessidade de uma alimentação mais adequada, com menor uso de conservantes, corantes, alimentos de alto teor calórico e alimentos processados, além de esclarecer que a obesidade é doença e que o paciente deve procurar ajuda médica e especializada, sem que ele sinta vergonha desta condição. Francielle defende a adoção de políticas públicas como a adoção de alimentação saudável já nas escolas, inclusive dentro das cantinas.

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