Com a chegada da Páscoa, o ITPS de Sergipe alerta consumidores sobre produtos com menos de 25% de cacau que não podem ser considerados chocolate. Entenda como identificar.
Com a chegada da Páscoa, o consumo de ovos e barras de chocolate dispara em Sergipe. Mas um alerta importante do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), chama a atenção dos consumidores: nem todo produto com gosto de chocolate é realmente chocolate. A recomendação é clara — atenção redobrada aos rótulos das embalagens.
Segundo o ITPS, a recente alta nos preços do cacau no mercado internacional tem impulsionado a produção de alternativas mais baratas aos ovos tradicionais, que muitas vezes contêm menos de 25% de cacau — quantidade mínima exigida pela legislação brasileira para que o produto seja considerado chocolate de verdade. Em vez disso, essas versões econômicas são compostas, principalmente, por açúcar, gordura vegetal e aditivos artificiais.
Karina Leão, coordenadora do Laboratório de Bromatologia do ITPS e especialista em alimentos e nutrição, explica que esses produtos mais baratos, apesar de visualmente parecidos com o chocolate, têm composição inferior. “Nem todo ovo com sabor de chocolate é, de fato, chocolate. O consumidor precisa ficar atento aos ingredientes. Se os primeiros itens da lista forem açúcar ou gordura vegetal, e o produto for descrito como ‘sabor chocolate’, é sinal de que se trata de um produto com menor teor de cacau e qualidade inferior,” alerta Karina.
De acordo com a legislação brasileira, para que um produto seja rotulado como chocolate, ele precisa conter no mínimo 25% de sólidos de cacau. Entretanto, a indústria está autorizada a usar derivados como massa, manteiga ou pó de cacau — o que abre margem para produtos que imitam o sabor e a textura do chocolate, mas que, na prática, entregam menos qualidade nutricional e mais componentes artificiais.
A especialista detalha ainda as diferenças na composição entre o verdadeiro chocolate ao leite e seus substitutos. “O chocolate verdadeiro é feito com açúcar, manteiga de cacau, cacau, leite em pó integral, emulsificante e baunilha natural. Já os produtos com ‘sabor chocolate’ utilizam açúcar, gordura vegetal, cacau em pó, emulsificantes, aromatizantes e espessantes. A diferença está no sabor, na textura e, principalmente, no valor nutricional”, explica Karina.
A orientação do ITPS é clara: mais do que quantidade, o que importa é a qualidade. “Optar por um bom chocolate, mesmo em pequenas porções, pode garantir mais prazer e qualidade nutricional à saúde”, conclui a especialista.
Neste período em que as prateleiras dos supermercados de Sergipe se enchem de produtos temáticos, o Imprensa 24h reforça a importância de buscar informações confiáveis e ficar atento aos rótulos. Um olhar mais atento pode fazer toda a diferença entre consumir chocolate de verdade ou um simples doce aromatizado.
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