A Prefeitura de Aracaju reuniu, entre quarta e quinta-feira (11 e 12), na Emef Papa João Paulo II, no Santa Maria, as famílias de futuros moradores do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres para orientá-las quanto à realocação para a casa própria. O novo conjunto residencial, construído no bairro 17 de Março, conta com 1.320 unidades habitacionais, construídas em dez blocos, e ainda neste mês serão entregues as primeiras 703 unidades, referentes aos blocos 3 a 10.
No Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres a Prefeitura de Aracaju irá garantir moradia digna a todas as famílias que residiam em condições insalubres na antiga Ocupação Mangabeiras e também a beneficiárias do Auxílio Moradia. Ao todo, a gestão municipal está investindo R$ 124 milhões para a execução desse projeto, que conta com recursos do Programa Pró-Moradia, do Governo Federal, e contrapartida do Município.
Nos dois dias de encontros com a comunidade das Mangabeiras, as equipes técnicas da Assistência Social, da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) e do PTS informaram aos futuros moradores, entre outros pontos, o que pode e o que não pode ser feito no imóvel; como ocorrerá o processo de mudança; a data em que eles poderão se mudar. Secretária municipal da Assistência Social, Rosária Rabêlo destaca que essa ação representa a penúltima etapa antes da entrega dos imóveis.
“Esse é um projeto diferenciado, porque essas famílias estão retornando para um lugar onde residiam anteriormente, só que retornando com toda a dignidade a que o ser humano tem direito. Além disso, nós vamos entregar a unidade habitacional com o título de posse, concretizando o sonho dessas famílias ter onde viver com seus filhos e conviver na sua comunidade”, afirma a secretária.
A responsável técnica do PTS Mangabeiras, Patrícia Oliveira, ressalta que o Trabalho Social atuou com o setor de obras a fim de orientar as famílias quanto às permissões e proibições em relação aos imóveis. “Então, nesse momento eles querem mais informações específicas e o nosso trabalho é exatamente essa articulação com outros atores, como a Emurb e a Diretoria de Habitação”, explica.
De acordo com o diretor de Habitação da Emurb, Fernando Souza, a ação foi pensada de modo a contemplar toda a população que está sendo beneficiada. “Todos os imóveis vão ser entregues com o pedido de registro de escritura em cartório, então a propriedade vai ser definitiva dos beneficiários. A estrutura dos imóveis está bem sólida, completamente acabada, com todos os utensílios e equipamentos necessários para o seu uso. A Emurb vai entregar um manual contendo toda a documentação, todas as orientações para o uso e manutenção do imóvel, para que este tenha uma durabilidade muito maior”, detalhou.
Moradores comemoram
Os futuros moradores do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres estão ansiosos pelo momento de receber a tão aguardada chave da casa própria e já comemoram essa conquista, a exemplo do aposentado Francisco Barbosa da Silva. “Estou realizado e muito feliz. Vou seguir todas as orientações, se não pode fazer, não faz, e o que for para fazer, a gente faz. Quando eu vivia nas Mangabeiras, eu morava na invasão, mas era provisória. E hoje, graças a Deus, eu tenho a minha casa no meu nome. Só tenho de agradecer”, afirmou.
Edivaldo dos Santos Ferreira, que trabalha como serviços gerais, é ex-morador da Ocupação Mangabeiras e assim como as demais famílias que ocupavam de modo irregular e em condições insalubres aquela área, será contemplado com a casa própria. “A minha expectativa é ter uma vida melhor, já que agora vou ter o meu lugar, que é melhor do que eu sonhei ou imaginei, do que projetei no meu sonho, e agora ele vai se concretizar, e agora poderei viver num lugar digno, totalmente diferente de antes”, disse.
Após receber as orientações passadas pela Prefeitura de Aracaju, a diarista Vera Lúcia Santana, beneficiária do Auxílio Moradia, disse que o momento é de “gratidão”. “Eu tenho três filhos adultos que estão muito felizes com essa conquista. Lá atrás eu tive uma vida digna, mas me tiraram tudo, só não me tiraram a garra, a coragem e a fé em Deus. Estou ansiosa, já queria até olhar a casa hoje, mas estou muito feliz mesmo, estou radiante. E agradeço a todos vocês por ter nos tratado com carinho, com respeito a nossa condição social. E para muitos hoje é o prêmio da mega-sena e gratidão a todos”, afirmou.
A costureira Raquel de Lima Silva, que morou seis anos na Ocupação Mangabeiras, também comemora a proximidade de receber as chaves da casa própria. “É muito emocionante, porque lá na ocupação a gente sofreu muito, sem ter rede esgoto. E hoje é muita felicidade saber que a gente saiu da água para o vinho, porque hoje a gente vai para uma casa e antes vivíamos num barraco de madeira junt com rato, barata, cobras, violência e tudo isso. Ter uma casa nova para morar é maravilhoso, tenho muita gratidão a Deus e a todos que participaram dessas obras hoje”, afirmou.