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STF retoma julgamento sobre marco temporal na demarcação de terras indígenas

STF retoma julgamento sobre marco temporal na demarcação de terras indígenas

Ministros do Supremo Tribunal Federal discutem polêmica tese que afeta direitos indígenas e proprietários de terras

Nesta terça-feira, 30 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma um dos julgamentos mais aguardados do ano, envolvendo a constitucionalidade do “marco temporal” para a demarcação de terras indígenas. A decisão sobre essa tese pode ter impactos significativos nos direitos dos povos indígenas e nas questões relacionadas à posse de terras no Brasil.

Suspensão do julgamento e contexto

Em junho deste ano, o julgamento foi suspenso por conta de um pedido de vista realizado pelo ministro André Mendonça. De acordo com as regras internas do STF, ele tinha até 90 dias para devolver o processo para análise. Até o momento da suspensão, o placar do julgamento estava em 2 votos a 1 contra o marco temporal. Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes manifestaram-se contrários a essa tese, enquanto Nunes Marques posicionou-se a favor.

Votos pendentes e expectativas

A retomada do julgamento hoje levanta a expectativa sobre os votos dos ministros André Mendonça, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e a presidente do tribunal, Rosa Weber. Cada voto pode ser crucial para determinar o desfecho dessa questão complexa e sensível.

O que é o marco temporal?

O centro da discussão gira em torno da chamada tese do “marco temporal”. Segundo essa perspectiva, defendida por proprietários de terras, os indígenas teriam direito apenas às terras que estavam sob sua posse até o dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou aquelas que estavam em disputa judicial na época. Por outro lado, os povos indígenas são veementemente contrários a esse entendimento, alegando que ele viola seus direitos e suas históricas conexões com as terras.

Caso emblemático da TI Ibirama

O processo que desencadeou essa intensa discussão é relacionado à disputa pela posse da Terra Indígena (TI) Ibirama, localizada em Santa Catarina. Essa área é habitada pelos povos Xokleng, Kaingang e Guarani, e parte de sua posse é questionada pela procuradoria do estado. A decisão do STF sobre o marco temporal poderá influenciar diretamente a resolução desse caso emblemático, além de estabelecer um precedente importante para futuras demarcações de terras indígenas em todo o país.

Impactos e desdobramentos

Independentemente do desfecho desse julgamento, seus impactos serão significativos. Uma decisão favorável à tese do marco temporal poderá ter implicações na delimitação das terras indígenas, afetando os direitos dessas comunidades e a preservação de seus modos de vida. Por outro lado, uma decisão contrária poderá ser vista como uma garantia dos direitos históricos dos povos originários do Brasil.

Imprensa24h

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