O Banco Safra, que era o único banco que havia ficado de fora do acordo com a Americanas (AMER3), surpreendeu o mercado ao mudar de posição e decidir aderir ao plano de recuperação judicial da varejista. A decisão foi tomada às vésperas da assembleia geral de credores, marcada para a próxima terça-feira, dia 19.
A informação sobre a adesão do Safra ao plano foi inicialmente antecipada pelo jornal O Globo e posteriormente confirmada pelo Estadão. Até o momento, o Banco Safra não emitiu comentários sobre essa reviravolta. A reportagem buscou entrar em contato com a Americanas, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
O Banco Safra possui um montante significativo a receber da Americanas, totalizando R$ 2,5 bilhões. Anteriormente, o banco, por meio de seus advogados, alegou cinco tentativas de fraude no acordo, buscando anulação da assembleia, porém, esse pedido foi negado pela Justiça.
Segundo informações do Safra, as tentativas de fraude incluíam compromissos firmados no acordo pelos bancos de não entrar em litígio contra a Americanas e seus principais acionistas, Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Além disso, apontava para um tratamento diferenciado entre os credores de uma mesma classe e a discordância na data-base de apuração dos créditos, sendo 19 de janeiro no acordo e 12 daquele mês na lista de credores.
A Americanas já havia fechado, no final de novembro, um acordo com titulares de mais de 35% da dívida. Nesse acordo, ficou estabelecido que a empresa receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, provenientes dos acionistas de referência e da conversão de dívidas pelos bancos credores.
Com a implementação desse plano, a dívida bruta da Americanas deverá reduzir significativamente para R$ 1,9 bilhão, conforme informações da empresa. No final de 2022, o último dado disponível, a dívida bruta atingia R$ 37,3 bilhões.
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