O último boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou uma preocupante tendência de alta nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 nos estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Essa análise, com dados da semana de 21 a 27 de janeiro e das seis semanas anteriores, mostra uma divergência clara em relação ao Centro-Sul, onde a tendência é de queda.
A SRAG é uma condição em que os pacientes apresentam sintomas respiratórios agudos durante as infecções, e sua análise serve como parâmetro para monitorar a incidência de vírus e bactérias que afetam o sistema respiratório, incluindo o SARS-CoV-2 e o Influenza.
De acordo com Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, o Norte do Brasil foi mais tardio em ser afetado pelo crescimento da Covid-19, que ocorreu no segundo semestre de 2023 no restante do país. “O aumento começou pelo Centro-Sul e afetou o Nordeste no final do ano passado, chegando ao Norte apenas agora na virada do ano,” observou Gomes.
O boletim aponta um crescimento nos casos de SRAG por Covid-19 nos estados do Amapá, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins. No entanto, em Alagoas e Rio Grande do Norte, nota-se uma interrupção na tendência de crescimento.
Impacto em Crianças e Idosos
A Fiocruz destaca que, nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade por Covid-19 têm causado um maior impacto nas crianças até 2 anos de idade e na população a partir de 65 anos.
“Enquanto a incidência de SRAG apresenta impacto mais elevado nas crianças até dois anos de idade, em termos de mortalidade temos o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada”, afirma Marcelo Gomes.
No decorrer deste ano, já foram registrados 4.240 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo que 35% deles foram causados por algum vírus respiratório. Dentre esses casos virais, dois terços são resultado de infecções pelo SARS-CoV-2.
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