Deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) defende impeachment de Lula após declaração sobre dependência do STF para governar. Parlamentar cobra articulação do PL no Congresso.
O impeachment de Lula voltou a ser tema de debate no Congresso Nacional após declarações recentes do presidente sobre sua relação com o Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), uma das principais vozes da bancada evangélica, usou o plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2) para defender publicamente a abertura de um processo de impeachment contra o chefe do Executivo federal.
Segundo o parlamentar, a fala do presidente, que sugeriu depender do STF para enfrentar o Congresso e conseguir governar o país, representa um “escândalo institucional” e um “ultraje ao Parlamento”. A repercussão ganhou destaque no portal Imprensa 24h, que acompanha em tempo real os bastidores da política nacional e seus reflexos em Sergipe.
“A última declaração do presidente Lula é um escândalo. Dizer que ele não conseguirá governar o país sem a Suprema Corte é um ultraje a este Parlamento”, afirmou Otoni. Ele também fez um apelo direto ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para que assuma a dianteira da articulação pelo impedimento: “Temos que começar a pensar urgentemente em um processo de impeachment contra Lula”.
Otoni de Paula já havia ensaiado uma aproximação com o governo Lula em episódios anteriores — inclusive, articulando com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, um culto interdenominacional pela saúde do presidente. No entanto, a fala mais recente de Lula, feita durante uma entrevista, teria selado o rompimento político definitivo entre o deputado e o Palácio do Planalto.
Na tribuna da Câmara, Otoni reforçou sua posição ao declarar que todos os elementos para o afastamento de Lula estariam presentes: baixa popularidade, dificuldades econômicas, falta de base sólida no Congresso e, agora, segundo ele, uma “tentativa de governar por meio de decretos e decisões judiciais”.
“Lula não tem apoio popular, não tem apoio neste Congresso, e a economia está combalida. Está pronto, todos os ingredientes para pedir o impeachment de Lula”, disse o parlamentar, ao citar a colega Chris Tonietto, também da bancada evangélica: “Lula governa por decreto e quer legislar agora por sentença, e nós não podemos admitir”.
A declaração gerou reações nas redes sociais e entre líderes políticos. Parlamentares aliados ao presidente classificaram o discurso como uma “cortina de fumaça” e “manobra política em ano pré-eleitoral”. O Palácio do Planalto, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o pedido do deputado.
Apesar da retórica inflamada, não há consenso no Congresso Nacional sobre a viabilidade de um processo de impeachment neste momento. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem evitado pautas que possam elevar a temperatura política institucional, enquanto o próprio PL segue dividido entre as alas mais radicais e os parlamentares que buscam diálogo institucional.
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