O governo brasileiro deve voltar a cobrar os impostos federais sobre combustíveis a partir de março. A medida provisória (MP) que desonera PIS e Cofins sobre a gasolina e o álcool, editada no governo Bolsonaro e prorrogada por Lula, termina no dia 28 de fevereiro.
Segundo a equipe econômica, a desoneração foi criada no ano passado para minimizar a alta de preços durante a corrida eleitoral, mas agora a volta dos impostos é considerada necessária. Com isso, a gasolina deve aumentar em R$ 0,68 por litro nos postos, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O aumento ocorre em um momento em que a Petrobras tem alguma gordura para queimar, por praticar preços mais altos do que o mercado internacional. A Refinaria de Mataripe, principal concorrente da Petrobras no Brasil, reduziu o preço da gasolina em R$ 0,29 por litro na última semana.
Sem a prorrogação da isenção, o impacto da volta dos impostos no preço da gasolina nas refinarias será de R$ 0,79 pelo PIS/Cofins e de R$ 0,10 pela Cide. Nos postos, após a mistura do etanol, o impacto total do retorno dos impostos na gasolina será de R$ 0,68 por litro. Já o etanol hidratado, com a mistura de 27% por litro de gasolina, deve subir R$ 0,24 por litro nos postos.
De acordo com a Abicom, a venda da gasolina nas refinarias da Petrobras está em média 8% mais cara do que no mercado internacional, enquanto o diesel está com o preço 7% superior. Essa diferença corresponde a uma possível queda de R$ 0,23 por litro no caso da gasolina e de R$ 0,25 no diesel. No mercado da Bahia, onde opera a única refinaria privada relevante, a Refinaria de Mataripe, a alta em relação ao mercado externo chega a 10%, mesmo após a redução da semana passada.
Com a volta dos impostos, a expectativa é que os preços dos combustíveis subam novamente, afetando diretamente o bolso dos consumidores.
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