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Sobre o capitólio brasileiro

Sobre o capitólio brasileiro

Escrito por Prof. Leonardo Lisboa

O dia 8 de janeiro entra para a história, infelizmente de forma negativa e trágica por demais. Não posso começar essa coluna de outra forma, senão repudiando veementemente os atos de ontem que ocorreram no Congresso, Planalto e STF.

Não existe justificativa alguma para os atos de vandalismo, baixeza moral e espiritual que acometeram a sede de nossas instituições e que, por mais falíveis que possam ser, em especial alguns dos seus membros, não podem ser vítimas de atos dessa natureza. Uma das premissas do conservadorismo é o respeito às instituições e ao que elas representam.

Todas as críticas podem e devem ser feitas aos indivíduos que, imbuídos de poder, usurpam a função pública delegada a si, atacam e vilipendiam o próprio estado democrático de direito enquanto pousam de arautos da democracia. Não tenho dúvidas em afirmar que o acontecido de ontem é resultado de outras ações que já há um tempo convulsionam o tecido social. Mas friso que nenhuma dessas ações justificam a barbárie e selvageria praticada por alguns que se dizem Patriotas. Nunca serão; talvez nunca foram de verdade.

Desejo profundamente que todos aqueles que participaram desse cataclisma sejam punidos a rigor da lei e segundo os ditames de nossa constituição federal. Mas ao contrário de narrativas já criadas pela grande midia e personalidades da esquerda, não enxergo nesses atos uma liderança definida, tão pouco um plano de ação. Nota-se nos vídeos que circulam nas redes sociais que muitos ali estavam pelo afã do momento e aproveitaram o efeito manada para externar suas insatisfações. Todavia, não é destruindo, vandalizando, incendiando e/ou furtando patrimônio público que mudaremos o nosso país. Que as cenas de ontem sirvam de exemplo do que não se fazer, e que fique também claro que tal expediente não é exclusividade da extrema direita, pessoas amorais existem e subsistem nos dois lados do espectro político. Algumas inclusive chegam ao poder. Não preciso aqui nessa coluna pontuar todas as vezes que a extrema esquerda agiu de forma não democrática, os exemplos são aos montes e muitos deles estão documentados e registrados nos anais de nossa recente história.

Por fim, aqueles que se identificam como sendo de DIREITA, terão um longo caminho a trilhar para parecerem normais e não radicais após o ocorrido de ontem, visto o estigma e mácula inerente ao nosso posicionamento político. Afirmar-se de DIREITA no Brasil nunca foi fácil, agora menos ainda. Mas não devemos desanimar, tão pouco recuar ou desistir de nossa bandeiras, agora mais do que nunca é hora de externalizar nossas qualidades e virtudes, de forma que as pessoas sensatas entendam que estes vândalos não falam por nós e tão pouco nos representam. O joio e o trigo da direita tupiniquim estão postos à mesa; que esse joio seja atirado na lata do lixo, enquanto isso, vamos plantar o trigo na esperança de colheitas futuras mais vindouras a nosso favor.

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